Aula: Os Holandeses em Sergipe


            Após a morte do rei de Portugal D. Sebastião,  em 1578, na batalha  Alcacer-Quibir no norte da África,  assume o poder seu tio o cardeal D. Enrique, que veio a morrer em 1580,  que  também não deixou descendente.Depois de várias disputas, assume o poder o rei da Espanha Felipe II ocorrendo assim, a unificação entre a Coroa portuguesa e espanhola,  denominada de União Ibérica. Portanto as invasões dos holandeses no Brasil  resultaram desta união.
É importante observar  que a Holanda fazia parte do território espanhol e conseguiu sua autonomia em 1579,  e após vários combates acabaram vencendo,  e a burguesia assume o poder político e econômico.
 Antes da União Ibérica, as relações entre Portugal e Holanda eram amistosas, pois a participava com capital nas empresas açucareiras e no comércio marítimo e para prejudicar essas atividades, Felipe II proibiu a entrada de navios holandeses em portos ibéricos.
Em 1609, publica- se a Doutrina Mare Liberum, baseada na visão comercial burguesa da época, que dava liberdade aos mares. A Holanda em resposta ao embargo espanhol cria as companhias de comércio. Primeiramente, criou a Companhia das Índias Orientais que procurou assegurar as relações comerciais com o Japão e estabelecimentos em Java, Ceilão e Malaca. E devido ao sucesso obtido com a empresa, em 1621 criam a Companhia das Índias Ocidentais que tinha como objetivo apodera- se dos metais preciosos dos Vice-Reinados do México e do Peru, realizar o tráfico negreiro e o comércio dos produtos brasileiros, principalmente o açúcar.
            As conseqüências dessa ação desenvolvida por essa companhia resultou na invasão da Bahia em 1624. Na capital da Colônia, os holandeses permaneceram por cerca de um ano e foram vencidos pela esquadra luso-espanhola em 1625. Na Capitania de Pernambuco eles invadem em 1630, onde fazem grandes investimentos.
            Os holandeses invadiram a capitania de Sergipe em 1637 ano em que o Conde Maurício de Nassau chegou em Recife para governar o Brasil holandês.
As tropas da Companhia das Índias Ocidentais, com sede no forte Maurício  (atual Penedo),  comandada por Segismundo Van Schoppke, cruzam o rio São Francisco e iniciaram a invasão. Os holandeses tinham como objetivos: recolher os rebanhos sergipanos, construir fortes no território, controlar a cidade de São Cristovão e atacar Salvador.

 O Conde Bagnuolo ao retirar-se para a Bahia mandou incendiar os canaviais e a própria cidade de São Cristovão, além de matar 5000 cabeças de gado e destruir tudo que pudesse favorecer o inimigo, usou a política da terra arrasada. Quando os holandeses chegaram completaram a destruição do que restou.
Naquela época, Sergipe contava com 4 engenhos, 400 currais e 100 fagos (casas), uma igreja matriz, um convento dos carmelitas  receita da capitania era superior a 6$000 e o capitão- mor era João Rodrigues Molemar.
Não houve efetiva colonização por parte dos holandeses. A Companhia das Índias não tinha em seus objetivos montar colonização em regiões ocupadas, pois seu interesse era o comércio dos produtos valorizados nos mercados  europeus. São Cristóvão passou a ser passou a ser disputada pelos portugueses  e holandeses como ponto  importante de sobrevivência das fronteiras.
Os holandeses limitaram-se a construir fortes no baixo São Francisco e nos rios Real e Vasabarris, este para proteger a cidade de São Cristovão.
A retomada do território sergipano iniciou-se em 1645, quando Felipe Camarão atacou  o forte holandês do rio Real. Em 1646, as tropas holandesas partiram para o Urubu (atual Propriá), sendo derrotados pelo capitão Francisco Rabelo. Em 1637 não tendo mais condições de permanecerem na região retiraram-se definitivamente.

Bibliografia: NUNES, Maria Thetis. Sergipe Colonial I. Rio de janeiro. Tempo Brasileiro, 1989.